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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Parábola do banquete

Parábola do banquete



         Era uma vez um filósofo, que também era poeta, em um shopping-center de cidade pequena. Eis que estava refletindo sobre as coisas que se apresentam simbolicamente aos olhos de sua alma, e assim estava sentado na praça de alimentação. Noutro lugar pessoas bebiam em uma choperia e divertem-se com bate-papo, jovens e casais se entretêm. O filósofo se sentia só,  não tinha amigos na ocasião, nem mulher, por todos era esquecido. Pediu assim 7 porções de comida de diversos tipos, andou pela parte de fora do shopping. Encontrou duas pessoas em um lugar, 3 em outro, 5 em outro, e ainda uma na entrada e outra perto do sinaleiro.
         O filósofo desta feita tinha companhia, enfileirou e uniu várias mesas, trouxe aquele povo rejeitado e marginalizado para o encontro, a um banquete que seria uma forma de ele aprender com esses diálogos daí adviriam. Isso ocorreu por ele ter visto um homem pegando o resto de comida deixado por um casal enamorado. O filósofo pensou deste modo em oferecer o de melhor aquele povo. Demorou a preparação das porções de alimentos, muita fartura, e o filósofo estava sorrindo, outros olhavam e tudo parecia meio estranho, todos ficaram com nojo e estranheza. Os convidados do filósofo eram pedintes, mendigos, pobres, maltrapilhos, drogados em número de 12. Estavam perdidos na mesa, não sabendo direito para o que estava ali, o porquê de alguém lhes oferecer comida. Mas o filósofo sorria, tinha agora companhia, nada cheirosa, mal vestida, excluída pela sociedade.
         Chegam os pratos cheios. Batatas-fritas, bifes grelhados, massas, saladas, sucos, arrozes, tudo em grande quantidade, e os olhos arregalados dos convidados estavam brilhando, reluzindo a alma antes esquecida e descartada. Assim engoliam tudo o que podiam, se satisfaziam nesse banquete. O filósofo falava:
Eu não tinha companhia, nem mulher, mas eis que agora a vossa presença me é a bênção, e agora sois minha alma repartida, meus eus esquecidos. Todas as vezes que vocês disseram eu, era eu mesmo quem falava. A vossa voz é o eco de meus pensamentos, sois os quadros coloridos pelos meus olhos que tudo veem. Sois filhos de Deus vivo. Eu Sou tanto a miséria como a riqueza e nada me é estranho ao Espírito. Fui esquecido, mas a vossa alma não esquecerei, pois sou apenas instrumento da Mão Direita e do Grande Rosto de que nada sabemos. A comida desses 7 pratos jamais acabará, e de agora em diante esperem o Reino de vossa glória e justiça. Enquanto eu viver, estarei disposto a vestir e a cuidar de vossas chagas, serei a esperança nos vossos passos e no vosso caminho. Não há em minha casa negociantes.
         As pessoas olhavam do barzinho e sorriam, ao longe. O filósofo não desistia, e continuava com sua conversa, ouvindo os pedintes, os marginalizados. Perguntavam se ele era padre, se era um anjo, se era um santo, mas ele negava, apenas continuava com sua metafísica, com suas palavras, que por estes eram ouvidas e admiradas.
        - Aqui estou para ser o vosso mestre, o guia dos doze, e aqui mais ninguém se senta nessa mesa. Do outro lado, quem se embriaga bebe o espírito da bebida, e quem assim procede não é digno de confiança. Quem contempla a carne pela carne, e não sabe louvar no templo vivo que lhe foi emprestado, é apenas um insensato. Vendi meus livros, reparti nesse banquete o seu produto, e, enquanto outros apenas têm o saber congelado, vós bebeis na fonte viva, na cura total. Ouço a vossa voz agradecendo a Deus, e agora ressalvo todas as homenagens a quem ainda passando fome, perdido na vida acredita no Reparador dos Mundos. Vós sois maravilhosos, as estrelas se curvam a vossa majestade, os anjos vos guardam como guardas reais, a vossa carruagem de ouro trafega por tijolos de ouro e prata. E agora o vosso alimento filosófico é o mais sublime, estais bebendo das fontes mais profundas e dos mistérios mais secretos. Aqui inicia um novo tempo, Eu Sou um novo destino.
Os convidados agradeciam e iam embora, como se cumprimentassem um anjo, até uns se ajoelhavam. O filósofo falava muitas coisas, ensinava história, matemática economia, antropologia, epistemologia e vários saberes do mundo. Casais iam embora, indignados com aqueles maltrapilhos na praça de alimentação, no templo do capitalismo. Também os grupos de jovens paravam de beber, saiam para festas, para outros lugares, sorriam ou faziam piadas do filósofo. Rebatendo, ele criticava a superficialidade daqueles que vivem para as modas e a sociedade contemporânea. Estava quase vazio, o filósofo encontrou um senhor de barbas longas que insistia em ficar, aparentando certa loucura e este respondia com termos profundos, parecendo um professor de filosofia aposentado, tamanho era seu conhecimento dos gregos antigos e obras clássicas, bem como dos modernos. Este lia em livros que foram jogados no lixo. O filósofo perguntou como se chamava o mendigo envelhecido e barbudo. Este lhe respondeu: Sou Platão e já estive com o senhor em muitas vidas, sempre filosofando na verdade.