Teosofia, rosacrucianismo e evangelho
O interessante na doutrina teosófica ou rosacruz de Max Heindel,
esse teósofo cristão, é que após a morte do corpo físico devemos rememorar toda
a vida, como um filme que se repete, e chamando isso de Purgatório. Rompe-se o
cordão de prata, esse feixe energético a que possuímos para o corpo vital, e
assim o mesmo se solta do corpo físico, na transição. Há o exercício da
memória, que seria todos os dias, antes de dormir, rever o que ocorreu no dia,
a fim de superar essa fase de purgatório, e assim economizar tempo na caminhada
evolutiva. E há a tríplice alma, que deve ser assim desenvolvida. A evolução é
da alma. Também os anjos seriam seres de uma ronda anterior de evolução, que
teriam falhado no papel (por isso caído..), e para tanto ainda agora
colaborando conosco para que não façamos o mesmo erro. E esses anjos agora
cuidam especialmente do reino vegetal, e os animais são mais evoluídos no
presente do que quando nós fomos animais. Na próxima fase evolutiva seremos
anjos.
Fato é que em muito Cristo no começo do cristianismo era tido como
um anjo. O auxílio de Gabriel, Miguel, Rafael e tantos outros é inquestionável
na Bíblia. Vemos sempre sua presença em colunas de fogo, de fumaça, em proteção
dos homens de Deus etc. As doutrinas mais avançadas em estudos se referem aos
anjos. A Merkabah ou o estudo da roda
de Ezequiel, a que tentei dar pincelada em meu comentário, bem como os animais
ou bestas do Apocalipse, e tantas passagens da Bíblia, referem-se a esse
complexo tema angelical. Os cabalistas falavam que estudar essa roda era apenas
para anciãos ou homens de muita sabedoria, sendo temerário se falar no tema. Mas
a escada de Jacó nos mostra que essa hierarquia celeste deve ser vista ou
conhecida no fim dos tempos, e que para alguns já estaríamos neles. Não se
refere a centenas de anos, e nem a milhares, mas a milhões de milhões, pela
teosofia (4.320.000.000.000), ou mais. Por isso de se falar no dia do Juízo
como algo que nem o filho sabe. Os cataclismos se dariam nas mudanças de eras,
ou das rondas, os “dias da Criação” descritos no “Conceito Rosacruz do Cosmo”,
e assim em Pralaya, nessa noite de Brahma. Mesmo a ciência coloca a origem
do universo em 13 bilhões de anos, o que parece ser também um equívoco, pois o
tempo parece variar e isso parece apenas sob nosso ponto de vista. O
espaço-tempo é relativo, e nem precisamos lembrar-nos de Einstein para
pensarmos que esse tempo tem de ser mais estudado.
Então os veículos que desenvolvemos permitem superar e evoluir
nessas rondas, acompanhando o Senhor que nos mostra o caminho, Deus encarnado,
a fim de nos salvarmos da destruição. Noé foi um exemplo, esse Manu que era ao
mesmo tempo filho de Titãs ou gigantes, sendo esses gigantes descritos na
Bíblia. E todo o esforço, por menor que seja, como a misericórdia, compaixão,
caridade, em uma palavra, amor, faz de nós cristãos melhores, podendo conhecer
mais, o que não significa a árvore da morte (que seria o “outro lado”), uma vez
que assim afastamos os demônios. A teosofia é de todo útil, e nos leva àquelas
dimensões a que perdemos, de hermenêutica avançada e simbólica, mais fiel ao
original, ao que formularam essênios, gnósticos e cabalistas. A Bíblia é assim
entendida, fazendo com que tenhamos mais sua letra em nosso coração, e sua
sabedoria sempre viva em nossas vidas. Saber respeitar as outras religiões e
raças, faz de nós melhores pessoas, e assim a Teosofia nos leva a repensar o
cristianismo sob um enfoque mais cósmico, e ao mesmo tempo de uma elevada yoga
interior.
A possibilidade do homem ter passado por evolução diversa daquela
descrita por Darwin, e mesmo as raças que evoluem, o aspecto do “corpo” que
usou Cristo após a ressurreição, o mito solar e muitas coisas são ali descritas
em sua obra. Que teria existido um homem vegetal e mineral, está bem centrado
numa ciência oculta, e isso justifica a “solidão” de Adão no início do livro de
Gênese. Também a androgenia, bem como uma série de detalhes que já falei na
obra Bíblia e Misticismo, estão claramente descritas na obra do autor. O corpo
astral a que me referi em capítulo anterior eles chamam de “corpo de desejo”, o
que parece muito semelhante ao perispírito dos espíritas. Vale ressaltar que
Jesus teria usado um veículo astral superior, o “corpo vital”, na ocasião de
andar sobre as águas, e na ocasião após sua ressurreição e aparição aos
discípulos, a Maria etc. Alguém pode falar que ele ingeriu carne de peixe e
abraçou, mostrou feridas etc. Mas sabemos que os veículos superiores podem
muitas coisas, inclusive se materializarem. Uma doutrina esotérica e de várias
vertentes, é a memória da natureza, ou akásica, e essa também se fala na
teosofia, sendo espécie de “nuvem” virtual onde os mestres acessam a história
do mundo, da Criação etc.
Também o homem através de
suas encarnações, 777, teria uma memória permanente que não morre, que estaria
no átomo-semente do coração. Isso tudo leva a um cristianismo teosófico
superior, a uma característica pouco notada e estudada, mas que em muito revela
os mistérios a que estamos descrevendo nesse livro. Também Heindel fala que os
órgãos sexuais não terão mais função quando o homem evoluir e usar apenas esse
“corpo vital”, e assim daria significado literal aquela passagem que diz que no
Reino não haverá mais esposos e esposas. Apesar de que o mundo espiritual já
não necessita de reprodução sexuada. A teosofia fala também da raça atlante, e
aqui em Heindel se fala em Noé como o sobrevivente de lá, sendo que o homem
teria outra constituição, e espécie de guelras, a fim de viver em um vapor
muito forte, impedindo outros de respirar. Uma classificação de 7 raças e da
evolução através das mesmas, em rondas, faz da doutrina algo bem teosófica.
Ocorreu uma involução (queda) e assim ocorre uma evolução (salvação). Põe papel
central na evolução da humanidade feita pelo cristianismo. Porque defende a
Nova Era e essa é de amor e unificação de religiões, estando Cristo acima de
religião racial, nacional etc. Devemos para tudo isso então trabalhar nosso
corpo vital e assim estarmos ao lado de Jesus Cristo e podermos o ver, ou ele
nos ver, senão alguém dirá: Senhor, Senhor... sem que seja reconhecido, Naquele
Dia. Os períodos evolutivos seriam 7 até Deus, um caminho da iniciação. Vai da
inconsciência a super-consciência.
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